segunda-feira, 9 de março de 2015

Guia F1 2015: Em crise, F1 vive incerteza do poder: poder ter 20 carros e 20 corridas

Fique por Dentro

Sabe-se que o GP da Austrália pode ter 20 carros. 18 estão garantidos e 19 pilotos são conhecidos. É meio conversa de louco para uma categoria tão pomposa e cheia dos padrões black-tie como a F1. Que tem culpa total nesta indefinição.



As nove equipes que treinaram durante fevereiro na Espanha já estão ou estão para desembarcar todo seu maquinário em Melbourne. A Manor Marussia, com esse nome de personagem mexicana, corre para se juntar ao grupo. Sem ter seu pedido aceito pelas demais – de correr com o carro da Marussia do ano passado –, um carro teve de ser concebido às pressas sob o regulamento deste ano enquanto o investidor Stephen Fitzpatrick religava os aparelhos e ia atrás do povo todo para formar uma equipe.

Will Stevens é o primeiro agraciado com um posto no carro que nem nome tem. Stevens surgiu do nada no fim do ano passado quando a Caterham também resolveu insistir neste negócio de sobrevida na F1 e, após uma ausência de duas corridas, foi a Abu Dhabi encerrar o ano. De lembrança naquele GP, deixou no ar uma reclamação de Fernando Alonso ao dificultar uma ultrapassagem – o mesmo Alonso que não vai estar na Austrália. A Manor Marussia está atrás de “um jovem e rápido talento”. Certo.

Esta situação só acontece pelos maus tratos que a F1 de Bernie Ecclestone oferece a quem mais precisa. A crise da categoria eclodiu em meio ao ápice da disputa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg e chegou a ter até mais valor em um ponto que esta Marussia e aquela Caterham faltaram às corridas dos EUA e do Brasil, e Sauber, Force India e Lotus tentavam organizar um boicote face à cadavérica situação financeira em que se encontravam – e encontram, não se engane. Com os pires na mão, as três imploravam por uma melhor divisão das receitas enquanto as demais palitavam os dentes após o banquete e se perguntavam se iam alinhar um terceiro carro neste ano.


O reflexo disso: a Sauber penou para deixar o C34 pronto para os testes, a Force India só conseguiu treinar com o VJM08 na última semana em Barcelona e a Lotus perdeu um dia da pré-temporada com seu E23. Os carros são ruins? Não, não são. Vão fazer o quê? Brigar pelas migalhas do meio do pelotão ali com a Toro Rosso, uma espécie de PMDB da F1. Só agora é que Ecclestone resolveu abrir a carteira. Vai resolver? Claro que não.

As equipes têm uma série de gastos ao longo da temporada. A não ser que Ecclestone seja generoso demais, o que não é o caso, as três equipes vão passar por dificuldades e começar novamente o papo de que elas são amantes deste negócio, mas que a situação é periclitante, que ninguém olha para elas, que as grandes querem exterminá-las. O regulamento para tal é o mesmo do ano passado: é permitido faltar a no máximo três corridas. Foi o que aconteceu com a Marussia, e sua volta tem a ver com o seguinte fato: arrebatar os £ 40 milhões – R$ 184 milhões – a que tem direito por ter conquistado o nono lugar no Mundial de Construtores. Do contrário, as demais mordem a fatia.

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